top of page
Buscar

IRON MAIDEN: Alexandre o Grande e Aristóteles, construtores da civilização helenística

Atualizado: 29 de set. de 2021



Eu como um fã fiel da banda britânica Iron Maiden, não posso dizer que é a maior banda de todos os tempos, porque tem lá os Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, Kiss, Black Sabbath e algumas outras. Mas posso sim afirmar com base no público que facilmente passa das centenas de milhares em qualquer show pelo planeta, que Iron Maiden é sem dúvida a maior banda da história.



Além disso, os velhos garotos do Iron, enchem de orgulho os fãs por serem hoje o que sempre foram em suas origens: bons amigos, nunca se envolveram com polêmicas que envergonhassem os fãs, e principalmente são profissionais impecáveis, altamente competente naquilo que fazem, que é – há mais de 40 anos – tocar o melhor e mais puro heavy metal tradicional.


E não somente com o som de qualidade, mas com as letras inteligentíssimas que muitas delas são verdadeiras aulas de história, de filosofia, de literatura como bem lembra o professor Lauro Meller, o qual defendeu sua tese de doutorado pela PUC/MG analisando letras do Iron Maiden, e pasmem, o professor brasileiro chegou no Pós-Doutorado no Institute of Popular Music da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, se debruçando na pesquisa de sua banda de infância.


Meller, lembra que as músicas do Maiden fazem o ouvinte se sentir na pele de um faraó no Antigo Egito revoltado ao se descobrir mortal; outra vez, o sentimento encontra-se na imagem de um nativo da América do Norte massacrado pelo homem branco; ou ainda, de soldados angustiados em campos de batalha das grandes guerras mundiais, só para citar alguns exemplos. A rigor, como lembra o acadêmico em Iron Maiden, as canções da banda britânica “são portas de entrada para outros conhecimentos”.


E de fato, quem um dia se debruçou sobre o texto da música Alexander, the Great, que majestosamente encerra o álbum Somewhere in Time, de 1986, reconhecidamente um dos melhores da história da banda, vai encontrar a figura de Alexandre o Grande, que é uma verdadeira aula de história com uma pitada de geografia, e quase ao final da canção traz ainda uma reflexão, de como Alexandre “pavimentou o caminho para o cristianismo”.


Curiosamente na Bíblia, falo a Bíblia porque eu como professor de História sou leitor das Sagradas Escrituras, vejo no livro do profeta Daniel no capítulo 11, versículo 3, que diz, “surgirá na terra um rei guerreiro, que conquistará um vasto império, porém ele não reinará e seu reino será dividido em quatro partes, e nenhum em proveito da sua descendência"


De fato, com 19 anos Alexandre já era o rei de toda a Grécia, e partiu para a conquista de todo mundo conhecido, começando pela região da Ásia Menor, onde hoje é a Turquia, depois desceu em direção ao sul e conquistou as terras da Fenícia, Palestina e toda aquela região por onde Cristo iria viver seus 33 anos. Em seguida, foi para o Egito, e lá, foi tratado como um faraó, ou seja, um deus para os egípcios, logo em seguida, avançou para região da Mesopotâmia onde é hoje o Iraque, e lá entre os rios Tigre e Eufrates enfrentou Dario III, rei dos Persas, na épica batalha de Gaugamela. Alexandre não parou por aí, avançou até ao norte da Índia conquistando tudo pela frente e só foi parar nas instransponíveis cadeias montanhosas ao norte do Afeganistão.


É impossível calcular o número de cidades fundadas por Alexandre, é bem provável que chegue a uma centena, mas é só pelo entendimento do valor das cidades no mundo grego que é possível entender o modo operante do cidadão grego. Logo, Alexandre o conquistador, manteve a estrutura básica das cidades-estados no centro da universalidade de seu vasto império como instrumento para a transmissão dos valores gregos para uma vasta coleção heterogênea de sociedades.

Alexandre, moldado pelo seu grande mestre Aristóteles tem na “Cidade” a sua identificação política, pois ele entende que o homem é classificado como animal político por natureza, destinado a viver na cidade. A cidade, segundo Aristóteles, fornece a estrutura que assegura a vida humana.


O resultado da filosofia de Aristóteles, professor de Alexandre pode ser constatado na prosperidade e no brilho das cidades alexandrinas: o afluxo de letras, o patrocínio aos artistas para que pudessem criar suas obras de arte nelas, a criação de bibliotecas e universidades, a vida civil como modelo de boa vida se aproxima à cidade completa, autossuficiente e feliz de Aristóteles, na qual o bem-estar e os bons atos são o objetivo comum da parceria e dos cidadãos individuais.




Atividade Testes

(Respostas no final)



1. acordo com as tradições, qual pessoa tinha mais ou menos a mesma idade quando morreu Alexandre, o Grande? a) Abraão (da Bíblia) b) Herodes, o Grande c) Jesus Cristo d) Júlio César e) Matusalém


2. (Faap-SP) As consequências das conquistas de Alexandre, o Grande, entre outras, foram:

I. Formação de grandes focos da cultura helenística: Alexandre fomentou a fusão entre vencedores e vencidos. Generais gregos e macedônicos casaram-se com mulheres persas. Ele mesmo desposou a filha do rei Dário III, Roxana.

II. Difusão da cultura grega: a língua grega foi assimilada por muitos povos. A escrita grega substituiu a escrita cuneiforme e demótica. A indumentária grega e o mobiliário foram adotados pelos vencidos, bem como cerimônias, danças e canções.

III. Progresso econômico: com o desenvolvimento do comércio e da agricultura, o tráfico da seda e da porcelana intensificou-se. As cidades tornaram-se grandes centros mercantis. Os portos foram restaurados. Estradas foram abertas. Levantaram-se fortalezas para proteger as caravanas de mercadores.

Responda com apoio no seguinte código:

a) desde que apenas I esteja correta.

b) desde que apenas II esteja correta.

c) desde que apenas III esteja correta.

d) desde que todas estejam corretas.

e) desde que todas estejam erradas.


3. A conquista das cidades-Estados gregas pelo Império Macedônico, iniciando o período helenístico, ocorreu após uma guerra interna entre os gregos ter fragilizado sua defesa. Essa guerra ficou conhecida como:

a) Guerras Púnicas.

b) Guerras Médicas.

c) Guerra do Peloponeso.

d) Guerra do Golfo.

e) Guerra de Troia.


4. (FGV) O período helenístico foi marcado por grandes transformações na civilização grega. Entre suas características, podemos destacar:

a) O desenvolvimento de correntes filosóficas que, diante do esvaziamento das atividades políticas das cidades-Estado, faziam do problema ético o centro de suas preocupações visando, principalmente, o aprimoramento interior do ser humano.

b) Um completo afastamento da cultura grega com relação às tradições orientais, decorrente, sobretudo, das rivalidades com os persas e da postura depreciativa que considerava bárbaros todos os povos que não falavam o seu idioma.

c) A manutenção da autonomia das cidades-Estado, a essa altura articuladas primeiro na Liga de Delos, sob o comando de Atenas e, posteriormente, sob a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta.

d) A difusão da religião islâmica na região da Macedônia, terra natal de Felipe II, conquistador das cidades-Estado gregas.

e) O apogeu da cultura helênica representado, principalmente, pelo florescimento da filosofia e do teatro e o estabelecimento da democracia ateniense.


5. (UECE) O período helenístico foi marcado pela troca de ricas experiências culturais e caracterizou-se, também, pela difusão da cultura e das ideias gregas no Egito e em todo o Oriente Próximo.

Os valores e os ideais propostos pelas correntes filosóficas nesse período valorizavam

a) o empenho social e civil, o amor à pátria, a competição econômica e a tolerância.

b) o individualismo e a ausência de angústias e de paixões, obtida por meio da autodisciplina.

c) o espírito competitivo, a participação na vida política, o individualismo e um particular prejuízo na vida moral.

d) a austeridade, a perspectiva da vida após a morte, o amor à pátria e o empenho social.


6. (UFPR) Sobre o período helenístico (séculos IV a II a.C.) é correto afirmar:

a) Com a rápida conquista territorial feita pelos macedônios, liderados especialmente por Alexandre Magno, houve a difusão da cultura grega do Egito até a Índia, por meio da adoção da koiné, uma variante mais simples do grego. Ocorreu a fusão entre culturas orientais e a cultura grega, além da construção de polos culturais, como Alexandria. Esse período deixou uma influência duradoura, que se manteve também dentro dos limites do Império Romano.

b) Foi um longo período de desenvolvimento econômico, em que a agricultura foi incentivada por todos os territórios conquistados por Alexandre Magno. O objetivo desse imperador era rivalizar com o Império Romano, estabelecendo em Alexandria um governo despótico e centralizador. Nesse período, a cultura grega se expandiu do Egito até a China.

c) Foi marcado pelas conquistas de Alexandre Magno, que teve dificuldades em expandir o seu governo, por conta da resistência dos romanos e dos persas. Apesar de ter reinado por décadas, Alexandre Magno não conseguiu manter a independência grega, perdendo seus territórios para o nascente Império Romano.

d) Foi um período de decadência cultural, em que manifestações culturais gregas misturaram-se a influências de outras culturas conquistadas pelos exércitos de Alexandre Magno. Devido ao seu rápido crescimento, o império helenístico permitiu que as culturas e costumes locais se preservassem em troca de lealdade política. Isso levou ao fim da língua, da filosofia, do teatro e da arquitetura gregas.

e) Foi uma era de violência endêmica e de escravidão dos povos conquistados por Alexandre Magno, o que explica sua breve duração. Logo após a morte de Alexandre, o império se dividiu e foi conquistado pelos persas. Dessa forma, o projeto de difusão da cultura grega foi abandonado, deixando alguns poucos monumentos e bibliotecas pelo Oriente.


7. (CEFET PR) “Momento de transição entre o esplendor da cultura grega e o desenvolvimento da cultura romana e caracterizou-se pela difusão da civilização grega, mas preservando elementos de origem oriental, persa e egípcia, numa vasta área que se estendia do mar Mediterrâneo oriental à Ásia Central. De modo geral, foi a concretização do ideal de Alexandre difundir a cultura grega aos territórios que conquistava.” Trata-se do:

a) Helenismo.

b) Pan-Macedonismo.

c) Estoicismo.

d) Cosmopolitismo Clássico.

e) Epicurismo.


8. (UNIFOR CE) Culturalmente, o resultado das campanhas de Alexandre foi a fusão da cultura grega com a oriental, transformando uma e outra numa nova expressão, que se denominou helenismo.

Sobre a cultura helenística pode-se afirmar que:

a) manteve e consolidou os ideais grego de beleza, equilíbrio e harmonia retratado nas obras clássicas de escultura, pintura e arquitetura.

b) deixou como legado a ideia de leis e princípios universais regulando a natureza, as quais podem ser conhecidas pelo pensamento humano.

c) desenvolveu o monumentalismo, pessimismo, negativismo e relativismo, abandonando a concepção clássica de que o “homem é a medida de todas as coisas”.

d) tratou a história com espírito científico, separando as lendas dos fatos, buscando suas causas e seu fim, na tentativa de fazer uma análise equilibrada dos fatos.

e) baseou-se nos princípios do cristianismo, influenciando as ideias religiosas dos povos conquistados.


9. (UFTM MG) O rei Filipe II, da Macedônia, conquistou as enfraquecidas cidades gregas. Foi, porém, seu filho Alexandre Magno quem ampliou os domínios e formou o Império Helenístico, cujo legado cultural manifestou-se na

a) helenização da Ásia e na criação do primeiro alfabeto fonético.

b) expansão da democracia grega na Ásia e na anulação do antropocentrismo.

c) difusão do helenismo na Ásia e na sua mistura com costumes orientais.

d) criação das primeiras leis escritas e na fundação de cidades gregas.

e) invenção da arquitetura utilitarista e na fusão da cultura grega com a oriental.



10. (FUVEST SP) “Alexandre desembarca lá onde foi fundada a atual cidade de Alexandria. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito para fundar uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar mãos à obra fez com que ele próprio traçasse o plano da cidade, o local da Ágora, dos santuários da deusa egípcia Ísis, dos deuses gregos e do muro externo.”

Flávio Arriano. Anabasis Alexandri (séc. I d.C.).


Desse trecho de Arriano, sobre a fundação de Alexandria, é possível depreender


a) o significado do helenismo, caracterizado pela fusão da cultura grega com a egípcia e as do Oriente Médio.

b) a incorporação do processo de urbanização egípcio, para efetivar o domínio de Alexandre na região.

c) a implantação dos princípios fundamentais da democracia ateniense e do helenismo no Egito.

d) a permanência da racionalidade urbana egípcia na organização de cidades no Império helênico.

e) o impacto da arquitetura e da religião dos egípcios, na Grécia, após as conquistas de Alexandre.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

1C - 2D - 3C - 4A - 5B - 6A - 7A - 8C - 9C - 10A


87 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page